quinta-feira, 13 de agosto de 2009

The Man Who Cried.

"One should never look back. One should never regret. Never."


Rússia, 1926. A pequena Suzie é deixada por seu pai que parte para a América (nome comumente empregado aos Estados Unidos) em busca de trabalho e, consequentemente, sucesso financeiro. Algumas semanas depois a avó da garota a embarca em uma carroça cheia de imigrantes que pretendem alcançar a América ao saber que a pequena aldeia onde moram seria futuramente incendiada. E é assim que Suzie parte... Sem ninguém, nem nada mais do que uma fotografia de seu pai que mantém guardada junto ao corpo e uma moeda de ouro. E é assim também que desembarca em Londres, onde é adotada por uma família e onde descobre seu talento para com a música. E é com esse talento que a garota consegue chegar à França, onde conhece Lola uma mulher mais velha e determinada a alcançar tudo o que mais deseja: Um bom homem, uma boa vida e muito dinheiro. Esse desejo move Lola a se envolver com Dante, o maior e mais rico cantor de ópera da cidade, homem tão sensível quanto arrogante. Ao passo que Lola vive em festas da alta sociedade vestida com caros vestidos e invejáveis jóias, Suzie conhece o cigano César, que conquista a tímida garota. Ambos casais parecem viver felizes, cada um em seu respectivo mundo até que a Alemanha invade a Polônia e a Segunda Guerra Mundial tem início, mas será que uma guerra conseguirá destruir um desejo, ou até a sede pelo amor verdadeiro?

A diretora Sally Potter escolheu realmente um grande elenco que conta com Johnny Depp, Christina Ricci e Cate Blanchett, todas as atuações do filme são dignas de um prêmio e certamente exigiram muito de seus atores por ser um filme que trabalha muito mais com emoções e gestos do que com palavras. Suzie é uma garota tão calma quanto tímida e sua intérprete Christina Ricci consegue demonstrar ambas características presentes na garota mesclando-as com o jeito meigo - e algumas vezes até ingênuo - que dá para a personagem. Johnny Depp também está incrível, apesar de interpretar um homem reservado, de poucas palavras.

Por mais que The Man Who Cried tenha sido um filme digno de incríveis atuações, o que mais me impressionou foi a fotografia. As tomadas da Rússia, Londres, Paris... Ambos países retratados nos anos 40, realmente incrível. Também gostei bastante do modo como a diretora retratou com sutileza o modo de viver do povo cigano, as músicas, o jeito com o qual travam um ao outro, chamando cada integrante da tribo de "irmão" ou "filho", quando estes eram crianças.

O amor entre Suzie e César é realmente digno de um filme, os dois mal trocaram dez palavras e já se amavam perdidamente, à ponto de Suzie sussurar para César em um dos momentos finais do filme "You're all I have". É um amor utópico, o sentimento que temos ao observar o casal é que eles certamente se identificam internamente, que suas almas estão presas uma a outra, pois uma relação como a que eles compartilhavam certamente não pode ser adquirida assim: Da noite para o dia.

Mas apesar desse detalhe, The Man Who Cried é um belo romance... Surpreendente, assistam!

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