segunda-feira, 10 de agosto de 2009

I still love you more than anyone else could.

Como provavelmente irá acontecer em todos os colégios paulistanos as aulas recomeçarão (com um super atraso suíno) segunda feira que vem, daqui há exatamente uma semana, no dia 17 de agosto. Não tenho certeza se acho isso bom ou ruim, afinal sempre fui de priorizar o agora. É claro que adoraria ficar até o fim do mês sem ter aulas, no auge das férias em pleno mês de AGOSTO, sempre provida daquela sensação de "Eu deveria estar no colégio agora, mas não, estou dormindo!". Só que quando eu consegui finalmente fazer a minha ficha cair de que se tiver férias prolongadas agora, praticamente não terei férias em dezembro e correrei alto risco de comemorar a ceia de natal com minha professora de matemática, comecei a achar legal o fato das aulas começarem logo semana que vem.

Ontem foi o dia dos pais e eu escrevi uma cartinha ao meu pai, vou digitar o conteúdo e postar aqui:

A pior parte de escrever para alguém é correr o risco de soar clichê ou repetitivo, dizer coisas que já foram ditas ou esquecer - até - de dizer o essencial. Por isso, começo com o essencial: Eu te amo. Não te amo de um jeito comum, como um amigo ama o outro ou até um namorado ama uma namorada, eu te amo de um jeito diferente: Te amo como se você fosse uma das maiores peças do meu puzzle, aquela que me faria deixar de ser um puzzle e passar a ser apenas um amontoado de peças se eu a perdesse.
Quando tenho saudades de você, estas são edificantes, mais edificante ainda é só o meu amor por você que é cercado de um sentimento gostoso de correspondência, da certeza estrutural de que você sempre estará aí para mim, que tendo você ao meu lado eu nunca estarei sozinha. E talvez essa necessidade demodê de te explicar por palavras o que sinto, seja comletamente desnecessária, quando amamos alguém não precisamos ficar repetindo isso a cada segundo, apesar de ser legal ouvir às vezes. E é por isso que nosso coração abriga o amor, enquanto a boca fica encarregada das palavras...
Vou manter os agradecimentos também no coração, você sabe o quanto sou grata por ter o melhor pais do mundo, não sabe? Bom, salvai então cada single word que eu disse.
Salvai principalmente o amor.
Salvai pois o amor que sinto por ti, que certamente é um dos mais perenes e verdadeiros da face da terra.
"Please don't let this turn into something it's not,
I can only give you everything I've got.
I can't be as sorry as you think I should, but I still love you more than anyone else could.
The final word in every final sentence you ever learned to me was love."
-x-
E enquanto isso eu sigo lendo meu livro "O Jogo do Anjo" e encontrando em Zafón as palavras que me faltam sempre que vou escrever, as concepções do mundo que eu tenho, mas por alguma razão não consigo dar voz, os personagens que na verdade são a personificação da minha alma...

- Não poderei escrever.
- Não poderá nem pensar em escrever.
- Quanto tempo?
- Não sei. Nove ou dez meses. Talvez mais, talvez menos. Sinto muito, sr. Martín.
Concordei e levantei. Minhas mãos tremiam e tinha falta de ar.
- Sr. Martín, compreendo que precisa de tempo para pensar em tudo o que estou dizendo, mas é importante que tomemos certas providências o quanto antes...
- Ainda não posso morrer, doutor. Ainda não. Tenho coisas a fazer. Depois terei a vida inteira para morrer.

(O Jogo do Anjo, Carlos Ruiz Zafón, pg 77).

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