sábado, 11 de julho de 2009

That boy just can't be real.

Quando dançava não parecia dançar para que ninguém o notasse, o balanço rápido dos braços e os olhares de energia que lançava para o salão não pareciam propositais e ele era assim... Todo espontâneo. Quando parou de dançar não parecia cansado, atravessou a pista e sempre educado alcançou o balcão do bar, balançando a cabeça para todos nos quais esbarrava e vez ou outra pedia desculpas com sua voz macia, sedutora. Quando pediu uma cerveja atraiu a atenção da barista de olhos azuis que pulou alguns clientes que já esperavam havia minutos somente para atendê-lo, copo molhado? Para ele não, pegou um pano de prato e fez questão de secar o copo cuidadosamente antes de estendê-lo uma das garrafas mais geladas da geladeira. Diria que era por conta da casa, mas não estava disposta a desembolsar cinco reais por um sujeito charmoso. Ele não pretendia beber sua cerveja em um copo, porém sentiu-se sem graça ao se deparar com tamanha "gentileza'' e para agradá-la levou o copo consigo, deixando-o na primeira mesa livre que encontrou. Mechia nos cabelos não muito compridos esporadicamente, atraindo diversos olhares femininos e - era inegável - o meu também. Quando olhou em minha direção não parecia me fitar, apenas deu um gole em sua garrafa pingando de tão gelada e sorriu. Sorriu assim... Para o nada, para o vazio, como quem sorri apenas por estar vivo. Não parecia um cara solteiro, já fazia praticamente meia hora que eu o observava e ele ainda não havia trocado nenhum olhar nem com as garotas mais bonitas da boate, e olha que todas elas haviam tentado algum tipo de flerte com o ele, mas se fosse comprometido... Aonde estaria a namorada? Quando é que alguma garota em sã consciência deixaria um namorado daquele ir à uma boate SOZINHO? Nem com os amigos ele estava. O observei mais um pouco, o suficiente para perceber que os dois primeiros botões de sua camisa azul clara estavam abertos e me permitiam ter contato com a agradável visão de seu peito branco, porém chamativo. Quando andei percebi, infelizmente, que seu olhar não me seguiu... Eu era como qualquer outra garota que havia tentado paquerá-lo, aqueles sorrisos (lindos) eram definitivamente para o vazio, não eram para mim. Minha vontade era perguntá-lo qual era o segredo de ser solteiro e parecer tão à vontade, eu certamente adotaria essa pose em todos os lugares que fosse a partir dalí. Seu celular tocou, ele alcançou com facilidade o aparelho dentro do bolso traseiro e até colocá-lo no ouvido pude perceber que era um aparelho novo, moderno, caro... Quer dizer que além de tudo a criatura ainda era bem sucedida? A ligação durou pouco menos do que um minuto, ele sorria (mais do que antes, acreditem) ao desligar o celular e andou um pouco até mais perto da entrada do local. Ahhh, é claro... A namorada. Ela deveria ter se atrasado e só estava chegando agora. Não pude evitar seguí-lo, precisava ver quem tinha sido a sortuda de ter um cara daqueles consigo. Pera aí... Um homem? Quer dizer que ele estava só sorrisos para encontrar com um amigo? Conseguia separar um programa paquera de um programa eu-e-meu-amigo-vamos-conversar tão bem ? Não podia ser possível, ele estava ficando perfeito demais. Os dois estavam prestes a se comprimentarem quando.......... Ele o beijou. É, eu não estava enganada. O garoto igualmente bonito que acabara de adentrar a boate, o mesmo que eu estava completamente convicta de que era um amigo recém separado que precisava conversar havia beijado o meu futuro namorado... Quer dizer, o cara que eu estava observando. O beijo foi longo e quando as coisas começaram a fazer sentido pude ter a triste visão do amigo-não-tão-amigo-assim com os braços envolvendo a cintura do meu futuro namorado. Liguei os fatos: É, não poderia ser verdade.

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